Por José Joacir dos Santos (*)
Eu só trabalho com os Florais de Bach quando o cliente é do tipo apático, descrente de tudo, preconceituoso, preso a uma religião onde o dinheiro é colocado como senha para entrar no “reino de Deus” ou aquele tipo que precisa de um time de futebol (em excesso) ou uma droga para viver. Também aquela pessoa sem muito sal ou sem doçura, que vive por viver. Eu sei que os Florais de Bach funcionam bem porque já tomei as 38 essências puras várias vezes, desde anos atrás, e sempre que vem um cliente com determinado bloqueio emocional eu volto a tomá-las, especialmente aquela direcionada àquele bloqueio, antes do cliente chegar para a consulta. Isso ajuda muito quando o cliente está na sua frente há uma troca de energias, como se fome e vontade de comer estivessem frente à frente. Depois dessa fase, mudo de sistema e sugiro os Florais de Saint Germain porque esses são energeticamente mais direcionados à psique (o terapeuta tem que saber a reação de cada essência pura em si mesmo, a solução estoque).
Tinha acabado de receber telefonema de uma cliente angustiada porque tinha internado o filho em uma clínica de desintoxicação de viciados em drogas. O medo e a insegurança que ela me passou por telefone foram tão fortes que resolvi me livrar dessa energia imediatamente ao desligar o telefone. Sim, esses medos e essas energias são transmissíveis por telefone e podem grudar em quem escuta. Veio à minha mente o Cerato. Lembrei que essa flor trabalha a insegurança, as “dúvidas de suas decisões, a necessidade de confirmação dos outros, a não-confiança na voz interior”. Aquela mãe me dizia que não sabia se tinha tomado a decisão certa e eu já tinha lhe recomendado há dias que internasse o menino de 16 anos, que já tinha sido preso por uso de drogas pesadas. Não tive dúvidas: virei o vidrinho (doze única, só recomendada a quem sabe o que está fazendo) e fui deitar. Meu organismo é bem sensitivo a tudo que ponho na boca e a resposta veio rápida: sai do corpo físico. Meu cordão prateado, aquele que se prende a corpo físico ao corpo espiritual, nas viagens astrais e saídas do corpo. Desta vez o cordão não era nada prateado, era multicolorido. Fui arremessado a lugares distantes no passado, lugares onde vivi ou onde tive experiências de vida. Era muito bonito aquele cordão!
Chegou a um ponto que parecia que o cordão tinha acabado, como se fosse o final da linha de ônibus. Senti um puxão enorme e pensei: hora de voltar para o corpo? O cordão puxava com tanta força o meu corpo espiritual que fui inundado com o sentimento de insegurança. Tive medo que o cordão se rompesse e eu fosse separado do meu corpo físico e morresse. Aquilo não era nada mais nada menos do que a insegurança no meu conhecimento de que o rompimento é impossível naquele estado astral. Então, reagi. Agarrei-me ao cordão com as duas mãos para que ele não se partisse, como se isso fosse possível. A sensação era de forte medo, questionando tudo naquele momento. Eu sabia que o processo natural e divino é que o ser volte sempre ao corpo nessas viagens porque a viagem da morte é diferente, é o desprendimento de todo o ser espiritual do corpo físico em um movimento claro e límpido. Em certas ocasiões, embora você tenha o conhecimento, a essência humana pode falhar porque ninguém é perfeito. Comecei, então, a enviar comandos de “volte ao corpo”para que meu ser obedecesse logo. Naquele instante percebi a essência da flor do Cerato. Ao chegar perto do meu corpo físico, na cama, percebi que estava arrodeado de pessoas (espíritos) querendo se aproveitar da ausência espiritual do meu ser, impregnado pela falta de confiança e medo. Expulsei todo mundo com gritos e até empurrões mentais. Voltei definitivamente para o meu corpo físico e “acordei”. Eram quase duas da manhã. Fui ao banheiro e meu corpo ainda sentia as vibrações da viagem, como se ao redor do meu umbigo estivesse machucado e dolorido. Agarrei o Emergencial do Sistema Saint Germain e tomei uma gota. Hora de dormir tranqüilo com a lição do Cerato.
(*) José Joacir dos Santos é jornalista e psicoterapeuta jjoacir@gmail.com