Resumo do trabalho de conclusão da Formação em Terapia Floral de Mariana Delgado, apresentado à Asteflor
Inspirado pela percepção de que a saúde física de um indivíduo é diretamente influenciada pelo grau de equilíbrio de sua mente e de suas emoções, o médico Dr. Edward Bach foi pioneiro em utilizar a essência de flores para cuidar de seus pacientes, ainda na década de 1930.
Seu sistema baseava-se na ideia de tratar a pessoa do doente, e não a doença, considerando que esta é apenas a manifestação externa, visível, de um desequilíbrio instalado em níveis mais sutis. Sua premissa era de que, tratando esse desequilíbrio interior, todos os aspectos daquela pessoa entrariam em harmonia e, portanto, a enfermidade seria curada. Sua descoberta, de reconhecida eficácia, iniciou a Terapia Floral, que envolve atualmente florais reunidos em diversos sistemas, utilizados não apenas por médicos, mas por outros profissionais da área de saúde e bem-estar.
Hoje é mais comum o entendimento (até pela Organização Mundial de Saúde) de que a saúde é definida não apenas pela ausência de doenças, mas pelo estado de equilíbrio de todas as dimensões do ser humano. Essa compreensão favorece a abordagem holística dos tratamentos direcionados a desequilíbrios.
Essa abordagem entende que a doença ou seus sintomas físicos são mensagens de que algo precisa ser mudado em nível mental, emocional ou energético, a partir de um processo ativo de cura. Pela visão de Dr. Bach, esse processo de cura depende da participação ativa do paciente (no nosso caso, cliente) pois é necessário que ele desperte o princípio universal da cura presente em cada um de nós. O tratamento serviria, então, para harmonizar novamente o ser, como um todo.
Em consequência, os métodos para avaliar o desequilíbrio também seriam distintos das abordagens ditas tradicionais, estas concentradas em extrair os sintomas e atribuir medicamentos que atuam sobre eles. No lugar de elevar em primeiro grau de importância os sintomas físicos, são analisados os sentimentos, os desconfortos, o estilo de vida e outras informações que conduzem à sinais sobre as causas daquele desequilíbrio ou da doença em si. Isso exige do terapeuta sensibilidade para perceber tais elementos, que residem num campo mais sutil. O tratamento, assim, não seria direcionado para combater os sintomas (ou essas desarmonias), mas para inundar o ser de energias na vibração que se quer atingir, já que, segundo sua compreensão, cada flor possui certas qualidades da alma.
A essência floral tem a mesma vibração de determinada qualidade da alma, e “lembra” aquele ser dessa qualidade que é, então, restabelecida.
Outro aspecto importante da Terapia Floral está relacionado à simplicidade, já que a ideia do Dr. Bach era criar um sistema não complexo, tanto nos métodos para extração da energia das flores, quanto para a própria recomendação terapêutica (geralmente são 4 gotas, 4 vezes ao dia, podendo ser de hora em hora para casos mais severos).
De acordo com o livro Fundamentos da Terapia
Floral[1], do Professor José Joacir dos Santos, para o terapeuta, é imprescindível adotar algumas cautelas tais como:
- Ter amor e compaixão: em absoluto primeiro lugar, é necessário ter amor e compaixão para entender o cliente. Sem isso, é muito fácil assumir uma postura de julgador, e a partir dessa posição torna-se complicado ajudar.
- Despir-se de preconceitos: a profissão de terapeuta floral é uma missão, portanto o ego deve ficar do lado de fora do consultório. Para ser bem-sucedido nessa missão e efetivamente ajudar as pessoas que o procuram, o terapeuta não pode ter preconceitos de qualquer espécie.
- Ser coerente: não se pode esperar que o terapeuta não tenha problemas pessoais, afinal ele é um ser humano como outro qualquer, caminhando em sua evolução. Entretanto, se a missão do terapeuta é auxiliar as pessoas a atingir seu equilíbrio em todas as suas dimensões, é preciso que ele tenha uma conduta reta, honesta, busque resolver seus próprios problemas com sobriedade, busque ativamente seu próprio equilíbrio e evolução, abstenha-se de drogas e outros fatores que o afastam do seu eu verdadeiro. Isso também porque sua intuição e seu estado energético são verdadeiras ferramentas de trabalho, que devem ser cuidadas para que sua missão se desenvolva.
- Viver a experiência: De acordo com os artigos do Professor José Joacir dos Santos[2], é necessário tomar um “banho de florais”, isto é, o terapeuta floral deve ter contato próximo com os florais que recomendará. Somente utilizando os florais, ele saberá de fato quais são seus efeitos. Além do banho de flores, evidentemente é necessária profundo e constante estudo dos florais e dos temas relacionados às camadas mais sutis do ser humano.
- Manter a organização do consultório: é importante que o ambiente de atendimento seja adequado para o propósito que se quer atingir, além de cuidar para que o consultório tenha os alvarás, licenças e impostos em dia. Isso evitará dissabores tanto para o terapeuta quanto para os clientes. Imprescindível ser pontual nos atendimentos.
- Ser bom ouvinte: é necessário falar tudo o que o cliente se sentir à vontade para dizer. E quando isso não ocorre, é preciso fazer as perguntas certas para que esse diálogo ocorra. A partir daí, o terapeuta deve anotar as palavras-chave, pelas quais o terapeuta chegará à recomendação de florais.
- Não exagerar na quantidade de florais: o recomendável é que a, mesmo que as queixas sejam muitas, se estabeleça uma prioridade para o tratamento, e depois se passa para as questões de menor importância ou urgência. A recomendação é que não se ultrapasse três ou quatro.
Neste curso, aprendemos sobre dois sistemas de florais: o de Bach e o de Saint Germain.
O sistema de florais de Bach constitui-se de 38 essências divididas em 7 categorias de acordo com os tipos de humor e personalidade das pessoas: para os que sentem medo, para os que sofrem de indecisão, para a falta de interesse pelas circunstâncias atuais, para a solidão, para os que têm sensibilidade excessiva a influências e opiniões, para o desalento ou desespero, para a excessiva preocupação com o bem-estar dos outros. Há, ainda, o rescue remedy, o remédio que atua em situações de emergência e é formado pela combinação de 5 remédios: star of bethlehem, rock rose, impatiens, cherry plum e clematis. Esse sistema é essencialmente universal.
Há também o sistema de florais de Saint Germain, canalizado pela brasileira Neide Margonari e composto de 87 essências e 12 compostos, além da fórmula emergencial. Tal sistema é baseado na atuação dos Doze Raios Divinos, e é explicada a influência de cada essência no nível mental, emocional, espiritaul e também físico, sendo descritos até mesmo sintomas e doenças. Conectada com a espiritualidade, a canalizadora começou a encontrar as flores que havia pintado em quadros algum tempo antes e recebeu a mensagem sobre as propriedades e a atuação de cada uma.
Os dois sistemas possuem diferenças significativas entre si, porém é possível alterar o tratamento quando perceber que o cliente adapta-se melhor a um deles.
[1] Fundamentos da Terapia Floral, José Joacir dos Santos, Ed. Allprint, São Paulo, 2015.
[2] Publicados em www.joacir.com.br e www.asteflor.com.br