Por José Joacir dos Santos
No curso de Formação de Terapeutas Florais patrocinado pela Associação dos Mestres e Terapeutas Florais do Distrito Federal (ASTEFLOR-DF), os alunos apresentam várias dificuldades e elas refletem o contexto cultural implantado no mundo ocidental, incluindo o Brasil. Uma dessas dificuldades é encarar o ciente de forma compassiva, identificar suas necessidades (as queixas) e mesclar o arquétipo (as essências florais) com as palavras-chave pela similaridade: olho a olho, cara a cara, sem intimidação, sem autoritarismo e sem pressa. Quem nunca se sentiu intimidado por um médico que segue essa linha de pensamento estadunidense?
Influenciada pelos Estados Unidos, a cultura da saúde que sai das universidades do país está voltada para exames, medicamentos e consultas caras. Não é mais segredo nem conspiração dizer que esse cenário foi criado pelos laboratórios farmacêuticos que só pensam em dinheiro, nada mais. O Covid-19 desmentiu o presidente dos Estados Unidos, que no início da pandemia disse que o país era um dos mais preparados para enfrentar a pandemia. Ele não chegou a dizer que se tratava de uma gripezinha, mas ignorou técnicos e especialistas, em um país onde não há um SUS como o Brasil. Depois, com a ajuda dos laboratórios, queria que o Brasil medicasse um medicamento que a OMS advertiu que não era eficaz contra o vírus: a cloroquina. O resultado dessa falta de visão do todo faz os EUA empunhar uma estatística que ninguém gostaria de ter: no início de junho de 2020, aquele país amigo ultrapassou 2 milhões de infectados e as 100 mil mortes com o Covid-19. Infelizmente, o modelo estadunidense de medicina infectou o Brasil desde os anos 1950. As faculdades de medicina brasileira copiam tudo deles, mas até os dias de hoje não tinham um vírus para mostrar que o caminho, no assunto da medicina, não é esse.
Como uma bola de neve, a classe médica brasileira está acostumada a não priorizar o atendimento médico, isto é, olho a olho, cara a cara. O que acontece nos consultórios é o encontro de um cidadão doente com um profissional de saúde com a caneta em mão para rapidamente receitar, pedir exames e direcionar o cidadão ao caixa. Se é um hospital público, a situação pode piorar, embora haja exceções. Grande parte dos exames, caros, não são necessários. O profissional chuta para ver o que vai dar e as vezes os exames são olhados, rapidamente, por outro médico também pouco preocupado com o cliente. Falta, na maioria das abordagens médicas, um olhar humano sobre o paciente, ouvir suas queixas e verificar as reais necessidades em cada caso. Precisamos dizer que o governo brasileiro fecha os olhos para os milhares de antibióticos e medicamentos que só servem para adoecer mais as pessoas?
Não é difícil de verificar a falta de interesse de alguns médicos em atendimentos personalizados. Qual seria a definição de atendimento? Significa sentar-se em frente a uma pessoa para receber um papel que pode não ter vínculo algum com o que você se mobilizou esperançoso? A sensação que dá é que eles querem se livrar dos clientes o quanto antes. Por isso, pedem exames desnecessários. Tanto para impressionar quanto para se livrar do cliente e alimentar a indústria da saúde. Uma receita leva a várias necessidades financeiras, que nem todo mundo pode realizar. Junto com a industrialização, a elitização da profissão de médicos foi um desastre para as sociedades ocidentais de todas as épocas e parece que isso nunca mudará.
Com a pandemia do Covid-19, relatos de médicos apontam para a visível “industrialização” da profissão nas reações de alguns médicos nos hospitais onde são internados os pacientes com o vírus. Eles dizem que alguns colegas ficam totalmente perdidos diante das reações do vírus em pacientes (falta de respiração, tosse seca, dores pelo corpo, sintomas de pneumonia e), especialmente porque não há intervalo nem tempo suficiente para atacar uma ou outra manifestação da infecção do vírus, que é extremamente contaminável. Falta medicamentos específicos e alguns médicos não estão acostumados a colocar a mão na massa e monitorar equipamentos. Muitos só tinham visto os famosos respiradores por fotografias. As pessoas morrem facilmente, sem que os médicos tenham como pensar no que fazer. Por outro lado, sem a cultura da prevenção das doenças, o povo se expõe ao vírus e não quer ficar em isolamento social.
Olhar para o paciente e receitar remédios ou listar exames não funciona com o Covid-19 e com milhares de outras manifestações de doença, principalmente as emocionais e mentais. Enquanto o médico está pensando no que fazer, o Covid-19 já contaminou todos os órgãos fragilizados do cliente. Em 05/06/2020, cientistas chineses anunciaram que já conhecem centenas de tipos de Covid e isso vai se espalhar pelo mundo em várias ondas de contaminação.
Desde fevereiro de 2020, dezenas de médicos entraram com atestados médicos para se afastarem das UTI e hospitais de todo o país. Muitos foram contaminados e alguns morreram. Muitos outros se demitiram, correram da linha de frente, largaram posições nas mãos de outros profissionais de saúde. Os que ficaram são os verdadeiros médicos, os imprescindíveis, arriscando suas vidas em hospitais despreparados, sem equipamentos suficientes, sem estar acostumados a pensar nem no cliente nem nos profissionais de saúde. Imagine quantos enfermeiros e outros profissionais que trabalham em hospitais… Este assunto não se esgota aqui. Mas está nas notícias de jornais e não adianta o governo, de nenhum pais, querer esconder.
Muitas terapias, como a psicologia, seguem o mal exemplo da medicina. A tendência é trabalhar a superfície do que se ver, se mede, se pesa, com exceções. O ser humano precisa de atenção, carinho, cuidado, sem esquecer que fomos criados para sabermos o que nos adoece. A Terapia Floral segue essa linha de pensamento, não é mecânica, nem muito menos somos peças de automóveis como digo no meus livros “Ervas Medicinais para o Corpo, a Mente e o Espírito” e “Fundamentos da Terapia Floral”. Por não diagnosticar nem analisar o conteúdo emocional ou psicológico do cliente, a Terapia Floral se limita a observar e confrontar seus arquétipos, as flores, com a dor emocional humana, além de valorizar as queixas trazidas pela palavra-chave do cliente. Floral é um excelente coadjuvante da medicina, alopática ou oriental. O poder das essências das flores é imenso.
Medicina alopática e Terapia Floral têm protocolos diferentes, mas não conflitantes. Eu acho, eu penso, eu acredito, eu sinto, eu quero medir e pesar. Nada disso funciona em Terapia Floral. O cliente é quem traz o que ele mesmo interpreta do que sente. O trabalho do Terapeuta Floral é ouvir, anotar, tirar suas dúvidas e sugerir o floral, conectado com a energia universal de cura, que a medicina ainda resiste em admitir que existe.
Há falhas em cursos de formação de terapeutas no país inteiro, especialmente naqueles automatizados (EAD), sem o toque e o olhar entre professor e aluno. Mas, já avançamos muito e em pouco tempo. A troca de figurinhas é extremamente necessária entre o terapeuta e o cliente. Responder perguntas automáticas, sem margem para a confidencialidade do conhecimento, é inútil.
A essência floral não é um líquido sem vida, calculado em laboratório e fabricado como um “produto”. É energia vital, extraída pela luz solar de flores frescas, nascidas em árvores saudáveis, plantadas em terras virgens e que não conhecem adubos químicos. Diante disso, o aluno de Terapia Floral precisa se despir de todos os estereótipos, de todas as crenças e de todas as más influências da cultura médica desatualizada, sem calor humano, que se alastrou pelo mundo ocidental, mesmo porque a Terapia Floral não é uma profissão médica – embora muitos médicos do bem já trabalhem com florais em seus atendimentos. O conhecimento popular que embasa essa terapia tem quase cem anos, desde que o Dr. Bach largou a medicina alopática para a ela se dedicar. Antes dele, a história registra a parceria homem-flor nas mais variadas culturas humanas. E o que a gente quer é continuar assim. É sempre bom lembrar que a terapia não substitui o trabalho médico. Mas, a parceria já deu frutos doces no país inteiro.