Por José Joacir dos Santos, presidente da ASTEFLOR
Ninguém imaginava que a pandemia estaria entre nós por muito tempo. A Organização Mundial da Saúde fez inúmeros alertas, mas houve presidentes de países que zombaram dessa organização séria e comprometida com a humanidade, dizendo que se tratava apenas de uma gripezinha. E o povão carente, de baixa educação e fanatismo político-religioso se organizou em passeadas e carretas pelas ruas do país para defender a tese de gripezinha.
Passados nove meses de dura realidade, com mais de cem mil mortes e milhares de outros contaminados e sofrendo nos hospitais, há ainda na população pessoas que saem às ruas sem máscaras e acreditam que nada está ocorrendo. Esse quadro cruel foi um desastre em muitas profissões. Milhares de pessoas perderam suas rendas e seus empregos. Sim, é uma situação de guerra invisível que o país nunca tinha experimentado. As guerras eram reservadas para quadros do programa “Fastástico”. Isto é, algo bem longe de nós. Mesmo o número de assassinatos no país sendo dos mais altos do mundo, o povo brasileiro se acostumou a negar quando não quer enfrentar o que não lhe agrada. Essa situação abalou todos os terapeutas, especialmente os de florais. Como atender pessoas se a proximidade com o cliente é fundamental no atendimento e no entendimento de suas queixas?
A ASTEFLOR foi também muito abalada financeiramente porque a única fonte de renda é o valor da anuidade de seus filiados. As contas continuaram a chegar para o terapeuta, pelo espaço de seu trabalho sem clientes e para a Associação se manter e cumprir as obrigações financeiras legais.
Os terapeutas florais tentam, como podem sobreviver e muitos experimentam o atendimento pela internet, que desse antes da pandemia já não era recomendado. E o motivo é simples: a linguagem corporal do cliente é um dos pontos de estudo e compreensão do terapeuta e isso não é fácil se obter por trás de uma câmara, à distância. O atendimento pela internet tem vários outros fatores de risco: pessoas inescrupulosas podem gravar o atendimento e utilizar a gravação contra o terapeuta floral por qualquer motivo. A criminalidade usa a internet de várias formas para obter dinheiro fácil e desonesto. O cliente mal intencionado pode mentir para receber uma sugestão de tratamento e depois se queixar que o terapeuta é incapaz ou qualquer outra coisa.
Um bom teste para tudo isso é manter uma conversa com uma pessoa amiga por videoconferência e analisar todos os aspectos da conversa. Não é toda pessoa que fica à vontade diante de uma câmara e se sente segura para relaxar para uma consulta. A medicina alopática também é contra o atendimento online e abiu exceção no Brasil só enquanto dura a pandemia. Mesmo assim, não foi um hábito que se popularizou. Ninguém quer arriscar a reputação obtida com tanto estudo e sacrifício pessoal.
A ASTEFLOR espera que seus filiados tomem consciência plena do momento em que vivemos e que, antes de tomar a decisão de atender online, estude todos os aspectos positivos e negativos que isso pode envolver para se responsabilizar pelo caminho escolhido. Continuamos a não recomendar o atendimento online, especialmente com clientes novos e desconhecidos. Com os clientes habituais, uma conversa online pode ser apenas uma forma de orientar o ciente para que o assunto em questão seja encaminhado sem que o ciente arrisque sair de casa. O vírus continua solto e disposto a atacar, das mais diferentes formas.
Sobre a anuidade, pedimos encarecidamente que continuem honrando, mesmo que tenham que dividir em parcelas. Estamos sempre à disposição para qualquer orientação, por e-mail ou pelo whatsapp. 23/08/2020