Por José Joacir dos Santos (*)
O cliente chegou para mim se queixando de insônia e ansiedade. Ele se disse vegetariano e praticante de yoga na conversa preliminar. Perguntei se os exercícios de yoga não estavam mais funcionando para relaxar e dormir e ele disse que não. Que estava em um momento de transição, havia acabado o casamento e que se preparava para mudar de emprego. Pelo fato de ser praticante de yoga e já trazer de primeira mão os sintomas principais, insônia e ansiedade, não lhe perguntei muita coisa sobre os seus hábitos porque conheço muito bem praticantes de yoga e sei como se comportam. Ledo engano! O fato de de ser vegetariano não me acrescentava nada porque Hitler era vegetariano e a maioria dos indus também é vegetariana mas são carrancudos e agressivos quando têm oportunidade.
Ainda estou para descobrir se há uma relação direta entre agressividade entre os vegetarianos ou se é a cultura do povo que pratica isso. Pessoalmente fui vegetariano por cinco anos e a reação de cada um depende do estilo de vida. O vegetarianismo, em si, pode tornar pessoas mais saudáveis ou não. Milhares de indianos vegetarianos morrem todos os anos na época de calor ou de frio intenso porque a imunidade é baixa. Vi muita gente tirar onda de vegetariano para chamar a atenção, não por convicção ou necessidade física. Logo na primeira consulta passei dois florais para meu cliente.
Na segunda semana o cliente me ligou dizendo que os florais “não funcionam”. Dizer que floral não funciona para quem trabalha e consome floral há mais de dez anos é como acreditar em histórias da carochinha ou que varrer casa de noite faz mal. Chamei o cliente para nova consulta e desta vez fui às perguntas sobre seu estilo de vida. Não é fácil arrancar respostas de certos clientes porque muita gente se segura na doença para poder chantagear a vida e a si mesmo. As vezes para chantagear os outros, àqueles mais próximos. Falhas na formação emocional escondidas debaixo do tapete do DNA aparecem na superfície na fase adulta, muitas vezes depois que a pessoa constituiu família, aparecem os netos e aí a coisa começa a pegar. Não é muito raro ver um idoso difícil de se lidar… A memória celular está presente e as vezes resiste a morrer, mesmo quando o portador é afetado por doenças incuráveis.
Meu cliente começou a soltar o arquivo secreto e não demorou muito a perceber que a família inteira dele sofre de depressão, que passa de pai para filho há muitas gerações. Há neles uma tristeza tão profunda que eles têm dificuldade de compartilhar momentos de alegria e felicidade, mesmo a alegria a felicidade estando presentes. Já vi muito isso. Quem tem história familiar de depressão precisa ficar atento e combatê-la logo nos primeiros sinais porque depressão é como cair em uma lama podre. Você toma quinhentos banhos para se livrar do cheiro e as vezes o nariz leva anos para esquecer. Esse cheiro pode servir como gatilho e toda a história volta mesmo a pessoa não tendo caído na lama novamente. Todos os cheiros trazem memórias, do presente ou do passado e as vezes de vidas passadas.
Chegou a vez de investigar os seus hábitos: fumo para dormir; uma vez ou outra tomo isso para dormir (antidepressivo). Como um praticante de yoga toma antidepressivo na hora que dá na telha? Já pensou um jogador de futebol tomar antidepressivo quando perde uma partida? No Brasil a cultura da farmácia fácil tem acabado com muitas vidas, gerado muitas doenças e enriquecido os laboratórios internacionais que trabalham dia e noite pela criação de novos remédios, isto é, novos nomes para os mesmos venenos. Infelizmente não há estatísticas sobre isso e as pessoas as vezes escondem que fazem uma cestinha na farmácia da esquina, por conta própria e sem necessidade. Para entender como isso dá dinheiro fácil, é só olhar nas grandes cidades as inúmeras redes de farmácia. Pessoas fragilizadas emocionalmente aprenderam que só existe um caminho, o da farmácia.
As próximas consultas foram produtivas e o meu cliente teve a coragem de me mostrar as inúmeras multas de trânsito porque ele brigava até com o sinal vermelho e ultrapassava para mostrar ao sinal que ele tinha o poder de ultrapassar. Naquele momento não vinha na cabeça dele as multas e o resultado da sua estupidez. Para encurtar esse história, a yoga era utilizada como máscara de carnaval, isto é, ele espalhava para o mundo inteiro que praticava yoga para passar uma imagem falsa da sua identidade emocional. As vezes até comparecia às sessões de yoga quando não ficava no cafezinho na loja de baixo. Pessoas quimicamente contaminadas têm dificuldade de se harmonizar com florais. Tive que ensinar ao meu cliente que floral não é sonífero, não funciona como medicamento alopático e que a doença nasce no espírito adoecido, depressivo, portador, também, de gatilhos genéticos.
(*) José Joacir dos Santos é Psicossomatista e Terapeuta Floral jjoacir@gmail.com