Por José Joacir dos Santos. Foto do autor do texto.
Considerando a idade da Terapia Floral a partir da morte do Dr. Edward Bach, a terapia floral chega a 2025 com 89 anos de experiência no mundo inteiro. Mas, levando em consideração que as terapias holísticas têm a idade da humanidade, são séculos de existência e experiência. Sim, o nome talvez fosse outro ou não tivesse o nome de terapia, mas a humanidade tem registros do uso das ervas, flores e plantas medicinais em mais de três milênios. Muitas civilizações chamavam isso de chá. Dr. Bach apenas seguiu a sua intuição em um assunto que ele já suspeitava: as flores curam!
Em documentário da Netflix sobre sobreviventes indígenas estadunidenses ao massacre cometido pelos colonizadores brancos europeus, há um momento em que uma senhora, idosa, leva membros da comunidade para uma região no campo onde mostra plantas sobreviventes a todo o contexto de extinção dos índios (incêndios criminosos), entre elas, quinoa. A idosa também mostra, ao vivo, flores e plantas que faziam parte da rede de alimentos dos indígenas estadunidenses, fortemente atacada e destruída pelos brancos europeus colonizadores, daí porque os estadunidenses têm dificuldade de citar pratos típicos nacionais. Eles sabiam que, por experiência em guerras européias, destruindo a rede produtiva de alimentos naturais indígenas, os índios seriam dizimados. É chocante a semelhança entre as táticas dos brancos europeus colonizadores, basicamente ingleses, séculos atrás, com o que ocorre hoje nos biomas brasileiros: fazendeiros brancos invadem terras, derrubam florestas, eliminam líderes comunitários para plantar soja e criar gado para a exportação. Ao derrubar e queimar a floresta, o fogo leva consigo, para sempre, a memória das ervas e plantas medicinais.
Sim, os indígenas norte-americanos, chamados hoje de estadunidenses, conheciam ervas, plantas medicinais e animais silvestres como o búfalo, superimportantes para a vida diária deles. De acordo com pesquisas, “oito milhões de bisões (búfalos) vagavam pelos Estados Unidos em 1870. Mas, apenas 20 anos depois, menos de 500 desses animais icônicos permaneciam”. Atualmente, de acordo com pesquisa na internet, há cerca de “500.000 bisões nos EUA, com uma grande parcela sendo administrada comercialmente como gado, enquanto um número menor reside em rebanhos de conservação e em terras públicas”. Fiz pesquisa no Google sobre fornecedores de carne de búfalo no Texas e as opções incluíam “bife de búfalo italiano”. Como assim, búfalo italiano?
Os brancos europeus, invasores das terras, usavam a tática militar europeia de matar búfalos para enfraquecer as redes de alimentação dos indígenas. Há fotografias chocantes na internet de milhares de búfalos mortos e deixados ao relento para apodrecer. Assim, os indígenas seriam mortos facilmente. A carne do búfalo era, e ainda é, superimportante para o corpo humano resistir a temperaturas abaixo de zero, comum em muitos estados onde viviam e vivem os indígenas nos EUA, tanto quando ao calor extremo. Estudos recentes mostram que a carne do búfalo contém elementos antidiabetes e outras doenças, fundamentais ao estilo de vida dos indígenas. O esterco do búfalo não só funciona como fonte de aquecimento (na ausência de madeira seca) como também de espalhar sementes de flores e ervas medicinais. Ao matar o búfalo, o invasor europeu, branco, matava toda uma cadeia de alimentos.
Ainda hoje os indígenas norte-americanos sofrem consequências da colonização branca, apoiada por aqueles que se achavam “patriotas”. Se antes os colonizadores matavam búfalos, queimavam as plantações e destruíam o meio-ambiente natural dos indígenas, a tática hoje em dia é o uso de entorpecentes. Comunidades que vivem longe de cidades não tem a facilidade de adquirir alimentos, como frutas e vegetais. Mas, os narcotraficantes fornecem, com facilidade, porta a porta, bebidas alcoólicas e drogas. Assim, os indígenas não têm forças para lutar e manter a cadeia de alimentos orgânicos tradicionais porque não têm forças vitais para isso. Jovens indígenas não querem seguir seus pais porque as escolas, patrocinadas pelos brancos, recomenda que os pais deles estão errados e que aquele não é o caminho a seguir, senão a cultura branca-cristã… O governo federal estadunidense não se preocupa muito com isso porque favorece seus congressistas, eleitos pelo agronegócio — constituído por ricos fazendeiros que não querem índios por perto. O mesmo ocorre em estados do norte do Brasil (Amazônia). Em viagem que realizei, anos atrás, por terras indígenas estadunidenses, encontrei poucas pessoas descendentes de indígenas. É praticamente impossível penetrar nas comunidades, especialmente pela barreira de estrangeiro. A quantidade de nativos envolvida com drogas e álcool é alta, visível e denunciada por entidades dos direitos humanos, em baixa no atual governo dos EUA (2025).
Ainda temos tempo de nos salvarmos no Brasil. Há pessoas no agronegócio conscientes de que não podemos substituir árvores por gado. Indígenas brasileiros ainda não têm consciência da importância de suas vidas para as florestas e o meio-ambiente, mas todos nós sabemos da importância da vida deles para a preservação das florestas. Ainda têm quer lutar, em luta desigual, contra garimpeiros e incendiadores das florestas. São poucas as organizações civis que encaram essa luta diária sobre a sobrevivência de animais, ervas medicinais e florestas. Apesar de no Brasil não ser forte o poder dos chamados “brancos cristãos”, a população, em geral, mesmo heterogênea, finge que o assunto não lhe pertence. A negação é visível. Há ainda quem acredita que as florestas não são o celeiro de ervas medicinais, de oxigênio e, principalmente de chuvas. Sem floresta não há chuvas nem água nos rios. A ignorância ainda vende segredos da floresta para estangeiros, que não estão sozinhos nisso. Há toda uma rede de laboratórios farmacêuticos internacionais interessados nas ervas amazônicas, únicas no mundo, ou na extinção delas porque, assim, eles produzirão mais remédios sintéticos. Estrangeiros pagam centavos a locais brasileiros por sementes, ervas e plantas, como fizeram com a seringueira, palmito, açaí etc. Chineses hoje produzem açaí, como assim? Indonésios produzem látex, como? Quem são esses brasileiros que entregam, por centavos, nossas riquezas? Quem não sabe que a extração excessiva destrói a floresta, inocentes ou criminosos? Não podemos falar de Terapia Floral sem lembrar de todos os problemas por que passam nossas florestas!
A verdade é que a terapia floral tem papel importante no tratamento de doenças emocionais e mentais e isso não poderia ocorrer sem as florestas, que abriga os indígenas e uma imensa variedade de animais de todas as espécies. Estamos todos conectados. Se morre uma árvore, nós morremos um pouco. Se um animal silvestre é morto, nós morremos. Se o rio é contaminado com mercúrio, tudo morre ao redor, inclusive a nossa chance de sobrevivermos como humanos. Estudos científicos mostram a conexão forte conexão entre a terra e toda uma rede de alimentos vindo dela, inclusive a carne dos animais de toda espécie, com a nossa saúde física, emocional e mental. O rato selvagem, originário do deserto das terras indígenas estadunidenses, é um alimento tão importante quanto é o ovo de galinha caipira. A alface cultivada na Paraíba é diferente, embora tenha a mesma aparência, consistência e espécie, da alface plantada e colhida em Porto Alegre/RS. Cada uma exerce forte influência sobre as populações locais.
Como citei em um dos meus livros, contraí uma doença na Polônia e voltei a Brasilia para me tratar. Os remédios não funcionavam. Seis médicos me atendiam até que uma médica, ainda jovem, no meio da reunião sugeriu que eu voltasse a minha terra natal e comece todas as frutas comuns na minha infância e adolescência. Voltei e fiz exatamente isso. Comi todas as comidas feitas com os produtos locais e os sinais da doença desapareceram para sempre. Voltei a Brasilia e os seis médicos ficaram sem falar nada na minha frente. Depois disso, os florais, especialmente os Florais de Saint Germain, tiveram participação intensa no meu processo de autocura. Ficou também muito claro para mim que os florais funcionavam muito rapidamente com o auxílio da prática de Reiki e orações. Nunca mais abandonei essa dupla maravilhosa e desejo que você tente a mesma coisa. São quase cem anos de existência oficial da terapia floral. Não há mais espaço para dúvidas. Embora seja difícil sobreviver como Terapeuta Floral, eu sugiro que você não desista jamais. Veja meu livro Fundamentos da Terapia Floral.

