Por José Joacir dos Santos
Aquele pensamento equivocado da maioria dos brasileiros de que só se toma chá quando está doente parece que está ficando no lugar de onde nunca deveria ter sido criado: o passado. O organismo humano necessita de líquidos, especialmente água pura, mas o chá desempenha um papel importante, especialmente para quem tem dificuldades digestivas, respiratórias, cardíacas, do fígado, do baço e do pâncreas. Isto é, a ingestão de líquidos é apropriada para que o indivíduo enfrente com facilidade todas os possíveis desequilíbrios físicos.
O chá é especialmente útil para o enfrentamento das mudanças climáticas em andamento e as atividades das estações do ano, ainda mais agora com o aquecimento global, onde as estações estão alteradas em quase todas as partes do planeta. Com esse desequilíbrio provocado pelo aquecimento global os cinco elementos que nos mantém vivos estão fora de seus próprios eixos. Tomar uma xícara de chá por prazer, para nutrir o meio-ambiente interno é um costume diário que está sendo cada dia sendo ameaçado.
O aquecimento global já afeta populações de todos os cantos do planeta, embora governantes ainda esteja em estado de negação, derrubando ou autorizando o desmatamento, a derrubada de florestas para a criação de gado ou a expansão de povoamentos desnecessários em florestas milenares como a Amazônia. Todo dia os jornais brasileiros mostram desmatamento e incêndios na Amazônia, mas, aparentemente, nada é feito por quem de direito e dever.
Os que esperam que comida caia do céu
Na África, de norte a sul, populações inteiras dependem das chuvas, dos rios, das florestas e tudo isso está sendo violentamente atacado por elas mesmas. As populações ainda acreditam que deus dá tudo, é só levantar a mão chorando que caem cestas de frutas, legumes etc. Ainda não caiu a ficha de que temos que regar e plantar para colher e para isso funcionar com perfeição é preciso proteger o meio-ambiente, os rios, os mares, as florestas. Ainda existe na África aquele antigo pensamento brasileiro de que o governo é quem dá tudo.
A falta de educação ou a ausência de educação, de total responsabilidade do estado, não acontece na maioria das nações africanas, onde golpes de estado são frequentes, políticos são corruptos e a população se acostumou com tudo isso. Os colonizadores saíram do continente, mas os africanos continuam realimentando, entre eles mesmo, o colonialismo. No Oriente Médio, onde o processo de desertificação está avançado, embora a maioria dos países tenham milhares de pilas de ouro e moedas fortes, nada é dedicado ao meio-ambiente. A palavra reflorestamento não é usada.
Dessa forma, o perigo de guerra por água potável e comida, nos próximos anos, é iminente. Com a invasão da Ucrânia pela Rússia, a máscara caiu. A fome já é vista em países que dependem inteiramente da produção de grãos daquela parte do mundo, incluindo a Rússia, onde seu chefe maior só pensa no próprio umbigo, que cheira a guerra, morte, violência. Televisões do mundo inteiro mostram, todos os dias, áreas residenciais sendo bombardeadas na Ucrânia pela Rússia, descaradamente, como se isso não fosse crime de guerra.
Frutas e verduras já faltam na Europa, cujo clima está aceleradamente mudando, dia após dia, com a previsão se seca em todo o continente europeu, que depende da importação de frutas, legumes e outros tipos de alimentos.
As falsas dunas de Natal
O Brasil, como sempre, infelizmente, continua deitado no berço esplêndido, dormindo, achando que deus dará. Quem desejar ver, ao vivo, o avanço do mar sobre o Brasil inteiro, basta viajar ao litoral da Paraíba, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. No Rio Grande do Norte o governo e a população continua divulgando as duas do litoral achando que é uma beleza da natureza. Eles ainda não perceberam que é um desastre em andamento. A areia do deserto de Saara, do Norte da África, está viajando pelo espaço e aterrissando no litoral brasileiro, inclusive na Amazônia, e o exemplo das dunas de Natal/RN é gritante: nem o governo nem as entidades civis daquele estado toma a iniciativa de reflorestar o litoral para conter o avanço da areia. Se nada for feito com urgência, a toda aquela parte do Nordeste vai virar deserto. Será coberta pela areia como ocorreu com o Egito Antigo, antes do grande dilúvio. Primeiro veio a areia e depois o dilúvio, soterrando pirâmides, templos, matando populações inteiras. Outro terrível exemplo é do país chamado Bangladesh. A água do mar está subindo a cada dia e aquele pequeno país não tem montanhas suficientes para a população se relocar. A pobreza e a ignorância religiosa só contribuem para pior a situação.
Quem espera nunca alcança
A sociedade civil precisa acordar para salvar a própria pele. Reflorestamento básico é urgente em todo o país. Não espere por governantes que só se preocupam com o bem-estar de suas próprias famílias. Estamos todos no mesmo barco. O que acontece com Bangladesh vai acontecer conosco. As bombas da Rússia sobre a Ucrânia vão impactar a produção de frutas, os animais, as florestas, os rios, os mares. E o Brasil silenciou diante da guerra. Agora a China, desesperada, ameaça iniciar a terceira guerra mundial, acreditando que eles não serão afetados em nada. Vale lembrar que quem alimenta a atual riqueza da China são as multinacionais estrangeiras, inclusive brasileiras. Para o bem da humanidade, está na hora de deixar de alimentar o dragão egoísta e repensar, com urgência, o que não está sendo feito pelo meio-ambiente não só brasileiro, mas de todo o planeta. O Brasil é um gigante que, se não agir a favor da natureza será um gigante fácil de morrer. O aquecimento do mar já é comprovado e o país é banhado pelo Atlântico. O impacto desse aquecimento vai mexer com todos os ventos que trazem chuva para o país inteiro. Sem chuva não há árvores, sem árvores não há alimento e sem alimento o povo se mata.
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